Arthuro (Clube de Futebol União da Madeira)

Arthuro Henrique Bernhardt, ou simplesmente Arthuro como é conhecido no mundo do futebol. A sua história já é longa e desde os seus 16 anos que vem sendo escrita fora do seu país de origem, Brasil (apesar de também ter nacionalidade Italiana), passou por 8 países e 16 clubes, amontoando uma vasta experiência desportiva nos principais campeonatos europeus, liga dos campeões etc. Foi castigado por algumas lesões, alguns maus conselhos e da sua própria ânsia de viver tudo muito rápido fez com que os caminhos trilhados nem sempre fossem os mais adequados, marcando aquela que poderia ter sido uma carreira sublime.

Hoje com 31 anos, e muita aprendizagem chega ao Clube de Futebol União da Madeira, clube que milita na 2ª divisão Portuguesa, após algumas divergências com o antigo clube querendo provar de uma vez por todas a sua classe de avançado. Chegou ao actual clube como uma boa oportunidade de mercado, apesar da débil condição física, prometeu que em mês e meio estaria a lutar por um lugar na equipa e assim foi. Participou até então em 8 jogos e marcou 6 golos, o que consuma uma média de 0,75 golos por jogo!

Trata-se de um avançado possante, com uma envergadura capaz de colocar em sentido o adversário, não é apenas um avançado de área, gosta de ir à luta pela bola no meio campo, pressionar e conquistar a bola colocando-a rapidamente num companheiro e voltando para a “sua zona” visto ser a referencia atacante.

Não se trata de um génio do drible nem um avançado muito rápido, mas apresenta um sentido prático do jogo, bom posicionamento e boa capacidade de segurar a bola de costas para a baliza até que a equipa chegue perto, o apoie e crie linhas de passe e tem a baliza sempre debaixo de olho. Tem um potente e colocado remate, em livres e penaltys mas também em bola corrida, assim como o cabeceamento geralmente é bem aproveitado quando bem servido. Por vezes deambula para as faixas como forma de criar espaços e arrastar os defesas deixando o outro avançado mais liberto de marcação, tendo sido utilizado neste jogo (observado, contra o Leixões a 15-12-13) o 442. Num jogo anterior reparei que a sua performance foi ligeiramente inferior, num modelo 433, no entanto é precoce tirar conclusões em apenas 2 jogos e numa fase de aquisição de forma e rotinas por parte do atleta numa nova equipa.

De referir que este jogo ficou marcado por um attrick do Arthuro que foi completamente demolidor para a defesa adversária.

Chamo a atenção dos leitores para não compararem o quadro abaixo com os anteriores visto que se trata de um jogo de dificuldade diferente.

Pelo que consegui observar, o Arthuro ainda está capaz de jogar em clubes competitivos, na minha opinião teria lugar em todas as equipas da 2ª Liga Portuguesa, algumas da 1ª Liga, como por exemplo, V. Setúbal, Olhanense, Arouca, Passos de Ferreira e equipas como Lokomotiv Sofia, Cherno More, CSKA Sofia, Omonia, Anorthosis, Xanthi, Panionios, Aberdeen, Elfsborg, Djurgarden, etc., seria uma mais valia. Provavelmente uma boa oportunidade para clubes que procurem por um goleador que custaria menos de 250 mil €.

Abraço

Próximo post...

Caros leitores, scouts, ou simplesmente amantes do futebol em geral sejam mais uma vez bem vindos ao meu blog. Quero começar por agradecer as vossas visitas, acessos de todos os continentes!  De salientar os 30 minutos após o ultimo post foram de uma adesão espectacular que superou as minhas expectativas e me deu mais motivação para ir mostrando ao mundo algo que me dá muito prazer fazer. Agradecer também os e-mail, com agradecimentos, pedidos e opiniões a mim endereçados (são sempre bem vindos).
Uma vez que foram várias as pessoas a pedir relatórios de jogadores mais acessíveis, isto é, com valor de mercado menor, no próximo post vou atender a este pedido. Está para breve…

Abraço,

Nuno de Sousa

Relatório Fernando Reges FC Porto (Vs. V. Guimarães)

Fernando Reges, a muralha, a parede, o polvo, é tudo a mesma coisa. Sinónimos que espelham a forma como este Brasileiro preenche e “agarra” o meio campo do F.C.Porto tornando-o pouco permeável.

Trata-se de um puro nº6, um trinco fantástico que controla de forma muito inteligente o meio campo do F.C.Porto, conseguindo readquirir inúmeras bolas ao adversário, através de “roubos”, antecipações só conseguidas com a sua leitura táctica aliada à excelente condição física que o caracteriza. É um jogador que sabe posicionar-se muito bem, jogando portanto de forma inteligente sem bola, fazendo compensações quando os laterais, os centrais e os companheiros do meio campo se adiantam no relvado.

Acerca do jogo observado, V. Guimarães vs F.C. Porto, o Fernando apareceu tal como acostumou os adeptos, sempre empenhado e focalizado em ajudar a equipa da maneira como ele melhor sabe e lhe é pedido, isto é, destruir o jogo do adversário, recuperando bolas e entregando a bola logo que possível aos mais criativos ou aos avançados através de passes em profundidade para as costas dos defesas.

As transições defensivas do Porto apresentam geralmente um bloco compacto, o que potencía  as características do Fernando, tirando assim proveito da pressão dos seus colegas sobre o adversário. Nos momentos de recuperação de bola por parte do Fernando, verifica-se que 65% das vezes este executa um passe curto, sendo raras as vezes que progride com a bola. Quando a bola é recuperada por outro colega a preocupação do atleta é criar linhas de passe, movimentando-se para espaços vazios e privilegiando as triangulações, tal como é imagem do futebol praticado pelo Porto de Vitor Pereira.

Apesar do empenho constante do Fernando, este apenas conseguiu 7 recuperações de bola (geralmente consegue mais) tendo apenas sido ultrapassado por duas vezes, a explicação é simples, o Porto teve muito mais posse de bola – em momentos do jogo rondou os 70% – dominou por completo, tendo o adversário poucas vezes a bola para o Fernando a recuperar.

Conforme tabela abaixo, é notório o trabalho do Fernando a meio campo, sem remates, sem cabeceamentos e finalizações é certo, mas comprovando o trabalho em prol da equipa para conseguir equilíbrios e protecção perante o adversário.

Os passes curtos são de uma excelente média, 20 certos para apenas 3 errados sendo a maior parte deles sob pressão do adversário. Situação usual nos oponentes, visto o Fernando ser o 1º homem do meio campo e portanto o primeiro a começar a construir o jogo da equipa. Teve 27 recepções de bola correctas contra apenas 1 defeituosa. Em relação ao primeiro toque, 18 certos contra apenas 1 falhado!

Em baixo um esquema dos passes efectuados pelo Fernando tanto na primeira como na segunda parte.

  

Passe na primeira parte

Passes na segunda parte

Apenas duas faltas em todo o jogo, o que demonstra a capacidade de antecipação e leitura de jogo defensivo e a maturidade do atleta. Nenhum cartão lhe foi mostrado.

Em relação aos passes longo, não são o seu melhor aspecto, no entanto em 12 tentativas apenas falhou 4. Dois desses passes em profundidade, sobre a defesa contrária serviram para isolar o avançado do FCP e a marcação de um golo.

 *Valor de mercado está baixo, porque o seu contrato está a finalizar e pode sair a custo zero no verão de 2014. Excelente oportunidade de negócio! Os adeptos do FCPorto torcem para a renovação...

Fernando é um jogador com capacidades de jogar na maior parte dos grandes clubes europeus, assim como na Selecção do seu país (Brasil) ou na de Portugal porque já se naturalizou cidadão deste país devido ao tempo de permanência. O seu jogo sobressai mais, quando é o único médio defensivo da equipa.

O intransponível!

Juan Iturbe (F.C.Porto B)

Para a época 2011/2012 foi lançado nos jornais desportivos portugueses a possibilidade da vinda de Juan Manuel Iturbe Arévalos, para o F.C.Porto. Um jovem com apenas 17 anos com dupla nacionalidade (Argentina e Uruguaia), que já estava a ser disputado por vários clubes das América do Sul, e observado por grandes clubes europeus como F.C.Porto, Manchester United entre outros. A expectativa envolvente na transferência do internacional pelas camadas jovens da Argentina era enorme, devido ao seu enorme potencial reconhecido por todos e apelidado pelo novo Messi, “Mini Messi”. Os adeptos mais interessados visualizaram diversos vídeos deste miúdo, e todos se aperceberam da grande capacidade de finta que este possuía e sincronizava com a sua velocidade para contornar os adversários como se estes fossem pinos estáticos.

No entanto o seu primeiro ano em Portugal não foi muito auspicioso, as posições que este desempenha, já eram ocupadas por consagrados e se juntarmos a isto a filosofia do FCP em não utilizar jogadores vindos do outro lado do atlântico sem que estes estejam minimamente adaptados ao futebol europeu, consegue-se explicar a pouca utilização de Iturbe (7 jogos divididos por 151 min).  

Em relação ao jogo hoje analisado (F.C.Porto B vs Penafiel), de realçar que este jogo serviu para dar minutos de jogo a Itube, jogando na equipa B do F.C. Porto, inserido na 2ª Liga Portuguesa.

Iturbe aparece na ficha deste jogo como cabeça de cartaz o que fez com que tivesse mais atenções defensivas por parte do adversário. Por norma os jogos da 2ª divisão são muito físicos e muito faltosos, ainda mais quando envolve o FCP, devido à técnica intrínseca da maior parte dos seus atletas que têm de ser parados de qualquer maneira. Assim sendo e tendo em conta as características físicas de Iturbe, não sendo um jogador de choque, as dificuldades seriam previsíveis para uma equipa com falta de automatismos visto que foram vários os jogadores da equipa principal a participar neste jogo. Iturbe sofreu na pele a marcação serrada por vezes de mais do que um adversários, o que explica que a percentagem de dribles bem executados (10) andasse perto dos 58%, sendo a maior parte destes parados por falta (5 sofridas). Na recepção de bola, a técnica deste esteve estampada, tendo conseguido com sucesso por 23 vezes e apenas por uma vez de forma defeituosa. A nível do passe tanto o curto como o longo, esteve irrepreensível, falhando apenas 1 curto. Itube não esteve ao seu nível, assim como a maior parte da sua equipa, que apresentou uma média de idades, de altura e de peso inferior ao adversário, e que permitiu que este impusesse o físico e experiência, anulando muitos lances de ataque. No entanto, na minha opinião, Iturbe e companhia poderiam ter corrido mais sem bola, criando linhas de passe, executando tabelas e soltando a bola de forma mais rápida e menos denunciada.

Nota global: 5

Adrien Silva (Sporting C.P.)

Decidi publicar a analise de um jogador que comecei a seguir com maior intensidade e atenção à cerca de uma época, apesar de já lhe ter reconhecido muito valor quando este ainda era júnior no Sporting Clube de Portugal (S.C.P).

Adrien saiu da França rumo a Portugal muito jovem, tendo ingressado de imediato no S.C.P., clube do qual fez a sua formação. As suas capacidades futebolísticas assim como a sua maturidade eram evidentes, de tal forma que o treinador na altura decidiu inclui-lo na equipa sénior. Fez alguns jogos, mas a falta de experiência levou a que fosse titular muito poucas vezes, tendo rumado épocas depois a Israel (Maccabi Haifa) na condição de suplente. As exibições não foram de encher o olho, provavelmente devido a alguma dificuldade de adaptação a um país e uma cultura distinta. Os responsáveis do S.C.P. decidiram e bem, empresta-lo a um clube português, Académica de Coimbra, por onde esteve cerca de duas épocas. A primeira com alguma intermitência, mas com uma segunda época muito interessante sendo um dos pilares da equipa, conseguindo inclusive ganhar a Taça de Portugal.

O Adrien é um daquele médios que luta do principio até ao fim do jogo, com um enorme pulmão, que corre muito com e sem bola. Muitos dizem que pode jogar em qualquer posição no meio campo (não é a minha opinião), acho que se perde um bom box-to-box quando se o tira da posição 8, algo que aconteceu neste jogo, tendo reduzido a sua performance uma vez que Sá Pinto colocou-o como médio ofensivo, em determinados momentos do jogo, actuou como 2º avançado apoiando o Wolfswinkel.

Neste jogo, retira-se de positivo a vontade do jogador, que correu imenso, criando algumas falhas à defesa, conseguindo “arrastar” consigo um defesa central, facilitando a tarefa ofensiva ao seu colega da frente. Boa atitude do médio a vir buscar a bola ao meio campo, pressionando o adversário a perde-la, conseguindo recupera-la por 2 vezes, e posteriormente boas desmarcações e tabelinhas (5 bem realizadas), abrindo espaços e linhas de passe, no entanto com processos muito lentos em algumas situações. É por demais evidente o nível técnico do atleta, tendo recepcionado bem a bola por 12 vezes contra apenas uma defeituosa. Interessante a capacidade de virar o jogo de um flanco para o outro, com 4 passes longos bem executados, conseguindo desequilíbrios defensivos por parte do Rio Ave. O Drible apenas tentou por uma vez, não tendo sucesso no mesmo. Os cruzamentos foram bem direccionados, assim como os 2 cantos que marcou no lado esquerdo do seu ataque. Saiu ao intervalo!

Tal como referi, a posição de médio ofensivo (devido às suas características) não é a melhor posição para este bom médio, que encaixa muito bem na posição 8, um box-to-box.

Numa próxima oportunidade farei uma avaliação quando este jogar na posição 8, espelhando de forma natural as suas caracteristicas.

A avaliação Sporting vs Rio Ave (27-08-2012):

Nota global: 5

Falta de atualizações...

Olá a todos! Antes de mais, quero agradecer por todas as visitas dos distintos continentes ao blog, que já representam um numero considerável. É por vós que continuo...
Decidi deixar este post, uma vez que recebi alguns e-mails com questões idênticas, podendo assim responder a todos de forma aberta. Aqui vai:
-A demora pelas atualizações deveu-se ao meu período de férias que me impossibilitou de analisar jogadores;
-Tentarei fazer analise a todos os jogadores sugeridos, no entanto, devido a algumas limitações na transmissão de jogos, creio que nem todos serão possíveis;
-Em relação à possibilidade de colocar analises mais completas, lamento, mas não o farei porque seria injusto para com os que me compram relatórios mais detalhados;

Hoje/amanha colocarei uma analise a um jogador.

Continuem a visitar!

Abraço

Fernando Reges "POLVO" (F.C.Porto)

O primeiro jogador que decidi publicar a sua avaliação foi o Fernando Reges, conhecido como o “POLVO”, apelido que espelha a forma como este Brasileiro preenche e “agarra” o meio campo. Para quem não o conhece, é um verdadeiro nº6, um trinco fantástico que controla de forma muito inteligente o meio campo do F.C.Porto, conseguindo recuperar imensas bolas ao adversário. É um jogador que sabe posicionar-se muito bem, jogando portanto de forma inteligente sem bola, fazendo compensações quando os laterais atacam e ainda auxilia os centrais nos momentos defensivos.

Em relação ao jogo da Super Taça Portuguesa, 1º jogo oficial do F.C.Porto e contra a Académica, Fernando apareceu tal como habituou os adeptos do seu clube, tendo recuperado imensas bolas, 20, tendo sido ultrapassado pelos adversários por apenas 4 vezes. Correu imenso, na maior parte das vezes sem bola, compensado desequilíbrios, pressionando o adversário, criando linhas de passe e antecipando-se muitas vezes ao adversário devido à sua cultura táctica que permite um correcto posicionamento em campo. De salientar que apesar das inúmeras recuperações, Fernando apenas teve de recorrer à falta por apenas duas vezes.

Para se ter uma ideia ainda mais concreta do valor e da influência do trinco do F.C. Porto, este efectuou correctamente 54 passes curtos e apenas errou 6 (sem comprometer a defesa)! Em relação aos passes longos, foram 8, sendo que somente metade destes tiveram sucesso.

Fernando conseguiu ainda ter momentos de muita classe, com bonitos dribles (2), passando a bola por entre as pernas dos adversários.

Talvez por se tratar do primeiro jogo, os índices físicos do atleta não estiveram a 100%, quebrando a intensidade a partir do minuto 75.

Acredito que seja um jogador com capacidades de jogar na maior parte dos grandes clubes europeus, assim como na Selecção do seu país (Brasil), após ter passado pelas camadas jovens desta.

A avaliação Porto vs Académica (11-08-2012):

Nota global: 8